A adolescência é uma fase marcada por mudanças cognitivas e emocionais. Nesse período, muitos estudantes enfrentam desafios acadêmicos que podem estar relacionados a transtornos de aprendizagem. Entre eles, a discalculia.
Embora menos conhecida do que a dislexia, a discalculia também merece atenção, pois interfere diretamente na forma como o cérebro processa informações numéricas e lógicas.
Neste artigo do Colégio Premere você confere mais detalhes sobre esse assunto tão importante. Lembrando que este conteúdo tem finalidade exclusivamente informativa, baseado em portais de autoridade como o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira de Discalculia.
Não temos a intenção de realizar diagnósticos, substituir acompanhamento profissional ou promover qualquer tipo de julgamento. O objetivo do artigo é esclarecer o que é a discalculia, como ela se manifesta na adolescência e quais caminhos podem ser seguidos para um suporte adequado. Vamos lá?
O que é discalculia?
Segundo o Ministério da Saúde, a discalculia é um transtorno específico da aprendizagem, “caracterizado pela dificuldade persistente em compreender conceitos relacionados à matemática”, como operações básicas, noções de quantidade, tempo, ordem e raciocínio lógico.
Ela não está relacionada à falta de ensino ou à baixa inteligência, mas sim a alterações neurológicas que afetam o processamento das informações numéricas.
A discalculia pode se manifestar de formas diferentes em cada fase do desenvolvimento. Em adolescentes, pode afetar o desempenho escolar, a autoestima e até a relação com outras disciplinas que exigem pensamento lógico.
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Quais são os sinais de discalculia?
Entre os sinais mais comuns, de acordo com o Ministério da Saúde e o portal Brasil Escola, estão:
- Dificuldade em entender símbolos matemáticos (como sinais de adição, subtração, multiplicação e divisão);
- Problemas para memorizar tabuada, sequências numéricas ou regras básicas;
- Troca ou inversão de números com frequência;
- Erros ao fazer contas simples, mesmo após muita repetição;
- Dificuldade com noções de tempo, dinheiro ou medidas;
- Ansiedade excessiva diante de tarefas que envolvem números.
Vale ressaltar que esses sinais devem ser observados ao longo do tempo, com atenção ao impacto que causam na vida escolar e emocional do adolescente.
Como identificar discalculia em adolescentes?
A identificação da discalculia deve ser feita por profissionais habilitados, como psicopedagogos, psicólogos ou neuropsicólogos.
No entanto, pais, responsáveis e professores podem observar indícios consistentes de dificuldade matemática, especialmente quando há diferença significativa entre o desempenho em matemática e nas outras disciplinas.
É importante considerar o contexto: se o estudante teve acesso à educação, apoio adequado e ainda assim apresenta resistência, frustração ou lacunas persistentes em conteúdos básicos, é válido buscar uma avaliação especializada. Quanto mais cedo o transtorno for identificado, mais eficaz será a intervenção.
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Como trabalhar discalculia com adolescentes?
O trabalho com adolescentes com discalculia deve ser baseado em acolhimento, paciência e uso de metodologias específicas. Algumas estratégias recomendadas por especialistas incluem:
- Uso de recursos visuais e concretos, como jogos, ábacos e atividades práticas;
- Ensino individualizado, com foco nas dificuldades específicas do estudante;
- Apoio psicopedagógico ou acompanhamento especializado;
- Incentivo ao uso de tecnologia assistiva (apps e ferramentas de apoio);
- Fortalecimento da autoestima e valorização de outras habilidades do adolescente.
Além disso, é fundamental que a escola esteja aberta ao diálogo com a família e os profissionais de saúde, criando um ambiente que respeite as diferenças de aprendizagem.
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Como é feito o teste de discalculia?
O diagnóstico da discalculia é clínico e multidisciplinar. Ele pode incluir avaliações cognitivas, pedagógicas e neuropsicológicas, com aplicação de testes específicos, como escalas de inteligência, testes de memória de trabalho, atenção e raciocínio lógico-matemático.
Esses testes devem ser realizados por profissionais qualificados, com registro em seus respectivos conselhos (como o CRP, no caso de psicólogos).
Após a avaliação, é possível elaborar um plano de intervenção pedagógica ou psicopedagógica adequado às necessidades do adolescente.
Apoio no processo de aprendizagem
Como você viu neste post, entender o que é discalculia e como ela afeta adolescentes é essencial para garantir que esses jovens recebam o apoio necessário em seu processo de aprendizagem.
A dificuldade com números vai muito além de um simples “não gosto de matemática”, ela pode refletir um transtorno real, que exige acolhimento, estratégias adequadas e um olhar sensível por parte da escola e da família.
Por isso, quanto antes a discalculia for identificada, maiores são as chances de adaptação pedagógica, fortalecimento da autoestima e desenvolvimento pleno do estudante.
Informação de qualidade é o primeiro passo
Se você é pai, mãe, responsável e tem dúvidas sobre como lidar com dificuldades específicas de aprendizagem, saiba que informação de qualidade é o primeiro passo.
Escolas que valorizam o acolhimento, a escuta ativa e o trabalho interdisciplinar fazem toda a diferença na vida de adolescentes com discalculia e outros transtornos de aprendizagem.
No Colégio Premere, acreditamos que cada aluno tem seu ritmo, seu potencial e sua forma de aprender. Nosso compromisso é oferecer um ambiente seguro, com apoio pedagógico e emocional para que todos possam florescer.
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